Zélia Duncan
A Gruta da Solidão
Eu já não tenho mais fígado
Nem saco, disposição
Pra ser fisgado
Pelo olho e pela pele
Pelo estômago, cabelos
Pelo coração
Eu já não sou seu brinquedo
Seu nego, nem seu peão
Prefiro morrer de medo
Viver pra sempre em degredo
Do que ter dar minha mão
Estou cheinho de dedos
Nem sonho nem ilusão
Acordo e durmo mais cedo
Feito São Paulo e São Pedro
Na gruta da solidão
Eu já não tenho mais fígado
Nem saco, disposição
Pra ser fisgado
Pelo olho e pela pele
Pelo estômago, cabelos
Pelo coração
Eu já não sou seu brinquedo
Seu nego, nem seu peão
Prefiro morrer de medo
Viver pra sempre em degredo
Do que ter dar minha mão
Estou cheinho de dedos
Nem sonho nem ilusão
Acordo e durmo mais cedo
Feito São Paulo e São Pedro
Na gruta da solidão