Facção Central
De Encontro à Morte
[Letra de "De Encontro à Morte" com Facção Central]
[Verso 1: Dum-Dum]
Não acredito que eu cheguei nesse ponto
Tô com um refém chorando em cima do seu filho morto
Manchei de sangue o quadro de Picasso
Fiz a torneira de ouro pingar lágrima no palácio
No que foi que o crack me transformou
Me estranhei dando soco na cabeça do doutor
Fita dominada já catando os eletrodomésticos
Pivete do caralho gritou morreu no meu reflexo
Tiro a queima roupa parou o coração
Promovi um velório na suíte da mansão
Doente pela pedra apertei o gatilho da PT
Mas nenhum jurado vai entender
Nenhum juiz vai me absolver
O pai grita por que não me matou no lugar dele
Vendo carne do filho colada na parede
Enquadrei na intenção de dólar no cofre
Não pra ouvir a vadia da mãe implorar
Pelo amor de Deus não morre
Se arrepender não consta, o vizinho deu alarme
Pro Morumbi vem o exército, até a Swat
Pela janela já escuto a sirene dos lambe saco de boy
Vindo na febre de me transformar no troféu do PM herói
Se pá minha coroa vai ver no noticiário
Meu corpo metralhado e o resgate juntando os pedaços
Vai lembrar que eu bati nela pra fumar TV e o rádio
Vai dar graças a Deus de me ver no caixão lacrado
[Refrão: Marrom e Dum-Dum]
Sei que vou morrer não posso fugir, (sei que vou morrer)
Sei que vou morrer não posso fugir, (sei que vou morrer)
Sei que vou morrer não posso fugir
Só não quero mais moleque morrendo assim
Sei que vou morrer não posso fugir, (sei que vou morrer)
Sei que vou morrer não posso fugir, (sei que vou morrer)
Sei que vou morrer não posso fugir
Só não quero mais moleque morrendo assim
[Verso 2: Dum-Dum]
Eu era só outro moleque jogando bola
Descalço fazendo gol na porta da escola
Carente de incentivo de um espelho
Hoje não tem aula o professor não veio
Querendo brinquedo carinho de alguém
Não paulada na cara do monitor da Febem
Não queria um rifle Fal aos 12 anos
Eu não queria achar que o herói era o assaltante de banco
Mas que cusão que condena foi lá pra ensinar
Ai moleque a vitória só vem se estudar ou trabalhar
Ai moleque não faz o que o sistema quer
Não borbulha sua vida nessa porra de colher
Pelo contrário deram cachimbo
Acionaram a contagem regressiva pro meu homicídio
Derreti o meu tênis relógio jaqueta
A diversão da sexta virou uma doença
Agora oitão na padaria cala a boca tia
Abre logo o caixa traz minha cara de alegria
Entrei no hall da fama dos pedidos da polícia
No papel veio bica dei 5 na barriga
Madrugada tem tiro minha família vai tremer
Dar busca em hospitais, IML, DP
Meu irmão revoltado de ver minha mãe chorar
Sonha com o juiz batendo o martelo pra me condenar
[Refrão: Marrom e Dum-Dum]
Sei que vou morrer não posso fugir, (sei que vou morrer)
Sei que vou morrer não posso fugir, (sei que vou morrer)
Sei que vou morrer não posso fugir
Só não quero mais moleque morrendo assim
Sei que vou morrer não posso fugir, (sei que vou morrer)
Sei que vou morrer não posso fugir, (sei que vou morrer)
Sei que vou morrer não posso fugir
Só não quero mais moleque morrendo assim
[Verso 3: Marrom]
O menino de olho azul não vai passear domingo
O Playcenter foi deletado pelo meu cachimbo
Que também roubou meu sonho de jogar no Pacaembu
O craque perdeu pro crack no Grajaú
O que que eu faço acredito no negociador
Ou mato logo todo mundo e me mato moro
Sem ilusão não tem colete nem carro
Vão me matar na viatura asfixiado
O Brasil não se comove se sou eu que peço passe
Eu sou o ladrão doente, ó o boy na reportagem
Ai moleque o crime é só desgraça
Choro na cobertura choro na sua casa
Não da futuro roubar um carro forte
Não arrisque a sua vida pela porra do malote
É triste saber que minha mãe não vou ver mais
Nem beijar minha mina nem ouvir papai
Quanto vale agora a merda desse cofre
Rubi diamante em troca da minha morte
E o sistema da o cachimbo pra beber seu sangue
Pra te ver morrer no BO tentando pagar o traficante
Meu coração de ódio queria paz acredite
Mas agora sou eu e o atirador de elite
Tá a dez metros da janela e atira muito bem
Vai matar a vítima do crack e seu refém