[Verso 1 - Dalsin]
Do ponto final pra cá tá mais sinistro caminhar
Irmão, não vai querer brilhar, deixa o poste iluminar
Ligeiro onde vai pisar que é pra não se arrastar
E como disse xará, o mau é subliminar
A cada caso é um caso , seu caso é coisa rara
E raridade aqui, tio, só vê piedade nos cara
Olhos ficam vermelhos, as pupilas são dilatadas
Os cara cobra e cobra o troca da forma mais cara
Esquina é comércio, em vida lida é tentar prever
O rojão de 12, tiro avisa quando correr
Aqui sou cabreiro, quem não for cabelo vai voar
Os cobra cega nega e cala que vai melhorar
Vivão vivendo fiz meu tempo e deixei tempo passar
Transações levou um tempo mas voltou pro seu lugar
Com luz e foco me desdobro mirando o que vou almejar
Mas quem chega na escuridão e diz quem já pode brilhar
O asfalto molha lá fora, deixa avida rolar
Se rola tá em movimento, o foda é quando parar
Fala pouco na roda e os foda só sabe escutar
E quando fala é tapa na cara de quem não tem pra trocar
[Verso 2 - Tagarela]
Nascido no vale, criado no litoral
Ser zica e embaçado fez o neguin ser mil grau
Morar no perequê é ter a tal resistência
Que "procês" é qualidade, pra 'nóis' é sobrevivência
Uns tão querendo ser, outros nunca vão ser
Uns já nascem pra ser, vários vão perecer
A falta de opção, desilusão e sofrimento, não é o convite
"ser ou não ser" é a questão do momento
É o que a tv abomina, mas a mesma patrocina
Líderes da paz que são responsa na chacina
Os boy é adrenalina, se mata na cocaína
Financia o que a mamãe madama mais discrimina
Se mata na vaidade
Na minha realidade a dura mata os irmão
Ela manda os héroi prender, solta os cão
Que sempre deixa 'nóis' solto pra ter onde buscar ação
Não vou me render, eu sei qual é a das transações
Pra quem quer entender, é flow com alucinações
Eu não uso, cê acusa, não é causa social
É exemplo, minha mãe não usa, é isso, ponto final
E eu venho, irmão, de onde a chapa é bem mais quente
Não adianta cê pesar que nem fumaça entra na mente
Aqui é disposição, sigo sóbrio contra o sistema
Que é digno de ódio, arruma outro "procê" ter pena
[Verso 3 - Dalsin ]
Com meia frase traço exemplares de vida
Versar verso regresso submerso onde eu posso afundar
Fodido, vida entre sonho, como passo a pensar
Só com uma nota, aí fica foda, né, da nossa banda tocar
(?)
A frase estica e fica o poder dessa poesia
Só brasília via, presencia, sabia
Que é ilusório quem dizia o mau dessa melodia
Vi a lua beijar o céu, a noite virou o dia
Troquei pm por am, pm sem simpatia
Sabia, não chegaria se não fosse com trampo
Rico é quem nasce rico, o pobre, tio, morre tentando