Os espelhos adoram-me, eu sei
É genético, sim, são genes dignos de um rei
Sou magnífico, é a minha graça

Melhor que eu, não, não há quem faça
Sou apaixonado, não exagerado
Sou tão bom que tenho de ser elogiado
Hum, vejam só, he-he

Diria a este pra te ajudar
De roupa vais precisar
Iria logo voluntariar Henrique
Se a casa te caísse, ou a sorte fugisse
Vocês vivem cá de graça e eu nem sequer cobro renda
Corrijo as vossas falhas, falem à vontade, não há quem me ofenda

Eu dou e dou e dou e dou
Eu já merecia uma prenda
E um pouco de respeito, não peço muito, pois não?

Mas só vejo ingratidão
Só vejo ingratidão
Mas só vejo ingratidão
Mas só vejo ingratidão

"És tão brilhante", oh, e outras coisas, claro
Eu sou, admitam
Bonito e forte, valente e bravo, sim
Este reino fui eu que fiz
E vocês resmungam, coisa infeliz
Hm, acham que são a solução?
Eu queria ver-vos nesta minha função
Oh-oh, foram 14 no ano que passou
Vá lá, é muito desejo
E agora põem o rei em causa?
O desrespeito, é só o que vejo
Eu sempre vos dei proteção
Sim, e não me faz confusão
Desde que apareceram e comigo aqui estão

Mas só vejo ingratidão
Só vejo ingratidão
Mas só vejo ingratidão
Mas só vejo ingratidão

Não queria fazer isto
Jurei não fazer isto
Mas as páginas encantam ao virar
Porque eu recuso sem poder ficar

Feitiço, poção, bruxedo, esconjuro?
Essa luz tem de voltar ao escuro
Ficar preso ao livro receio, mas
O meu fim justifica este meio

Brr, onde é que eu ia? Oh, sim
Alguém me foi desleal, o seu esforço foi em vão
Aparece, não tenhas medo
De certo que há uma explicação
Quem o encontrar primeiro
Tem o seu desejo na mão
Não importa, para vos guardar isso é boa gestão
Mas só vejo ingratidão
Só vejo ingratidão
Mas só vejo ingratidão
Só vejo ingratidão
Oh, só vejo ingratidão (dão, dão, dão, dão)