[Letra de "Jaguar" com Raillow]
[Verso 1: Froid]
Eu fujo como um jaguar, a hora estou a léguas
Aqui que eu desço e fumo, daqui que eu vejo tudo
Não vou voltar pras trevas, escuto a voz de fundo
Reduzem as florestas pra construir mais celas
Por que criar favelas? Pra exercitar canelas
Pra fabricar mulheres, pra ariar panelas
Mumificar os homens, embebedar crianças
Não tens pena do mundo, foder não é uma transa
Por onde eu passo eu deixo, alguém com a mão no queixo
Tô com uns panos de brechó, distribuindo beijo
A 110 no eixão, vou com a mulher pro brejo
Botar os pés no chão, ouvindo Tyler, the Creator
Em alto e bom tom, eu realmente não pertenço
Sou livre como incenso depois da carburação
Sou a mesma pessoa, esse papo cessou
Cê sabe que magoa, mas faz só pela sensação
Uns fala pra ir devagar, não tenho paciência
Por nenhuma doutrina, muito menos clemência
Por nenhuma quantia, talvez pela agência
O que seria da farmácia se a gente fumasse a cura das doenças?
Voei pra dar o troco, me pegaram na crocô
Vão me levar pro tronco, já sei o que vão me propor
E vão me dar um pouco em cima do meu trampo
Han, e eu quero é tudo, azar de quem me topou
No meio desse encontro, eu sei que eu falo muito
Às vezes sonho cenas das coisas que eu escuto
Eu acordei um monstro, faz tempo que eu não durmo
Mas eu duplico o lucro com um quarto do produto
Desarrumei minha vida em 22 páscoas
Então engatilhe pedras ou engatilhe facas
Mandei sinais de alerta, até pombos com cartas
Mas não tive respostas e agora sigo ignorando as placas
[Verso 2: Raillow]
Solte o verde, enche a taça
Esse mundo ainda me mata
Amor, se você não me matar de amor
Acho que eu te mato de raiva
Eu vou ser o que ninguém esperava
Vou andar nessas ruas até o fim da jornada
Com a roupa que me veste melhor
Com um olho na esquina e o outro na baga
E o mundo gira normal enquanto o poeta se estraga
Pela inspiração e a condição de tudo, a gente morre e mata
Então corre, parça, pro outro lado do mundo
Pro outro lado do mapa, crava o sucesso na mente deles
O dinheiro pra comprar tudo e o respeito pra abrir as águas
Ah, universo de farsas, uma de cinco e duas cachaças
A morte de olhos brancos vendendo na cápsula
Aff, mano, você não me entendeu direito
O que eu quero pra mim, o que eu quero pra mim
É tudo que todo dinheiro do mundo não paga
É tudo que todas as drogas do mundo não apaga
Nem que seja eu contra o mundo e mais nada
Nem que tu seja a última e eu o último cara
Se eu quiser falar de amor eu falo
Se eu quiser consumir tudo eu consumo
E nem é porque sou eu que pago
É porque o que vai me matar sou eu
Não essa vidinha chata
Perdendo sangue, mas não a graça
Ganhando tempo, dominando as praças
Ela acompanha os meus passos na noite
Confio muito nela achando que saudade não passa
Mas passa e vi que tudo passa
E que eu mando em mim, no meu camarim
Conceito na quebra e respeito dos parças