[Verso 1: Froid]
Anda logo moça, passa pra dentro tá ficando tarde
Força! Pra quem faz força, pra quem faz parte
Ataca as costas, me joga facas, eu penso em coisas
Em cotas, na cor das empregadas
Eu penso em desistir um dia na covardia
Eu penso em resistir só mais um dia
Desliga o Nokia e olha pra cima
Cadê o Messias? Eu estou no mundo de Sofia
Mas aqui fora, aqui na selva nos alçapões
Minha mente, tirou minhas pernas da cova dos leões
Nem luz nem velas, Getúlio Vargas e Julio César
A onda interna, sujeito á internações
Lá policia anunciava o rei
"Rasta don't work for no C.I.A" hey
Meu telefone meu telegrama de telescópio
Me vigiam como os caras no eBay
Meu corpo meu para-brisa meu para-raio
De paraglider abrigo meu papagaio
Não sou pirata, seu cara pálida
Minha viagem gerou uma filha que tava gravida
São Sebastião, Nossa Senhora de Fátima
Freud e Platão na caverna do Batman
Você vê sombras ouve sussurros
Seja você a luz aprenda a enchergar no escuro
[Verso 2: Sampa]
Sentado aqui no meio do nada
Tempo cinzento sem tempo pra nada
Pessoas que correm, carros que passam
A vida é uma piada
Mais quantos anos, tantos enganos
Seres humanos olha onde estamos
A minha pátria não aguentava
Foi de partida e morreu em prantos
Essa corrida eu nem mais assisto
Até porque não vejo chegada
Vou te dizer não vejo partida
Não tem saída no fim da estada
Olhe ao redor e veja seu mundo
Não tenha dó tem algo no fundo
Tu não tá só, também to confuso
Já não me iludo esqueça o que uso
Vai me dizer que nunca julgou
Tudo mudou ao perceber
Tempo passou, o que fazer
Quem é você me diga ó pai
Mas nessas páginas sem lágrimas minha mãe terra chora
A raiz já não suporta, e a natureza grita morte
Não dá pra recuar vão vigiar toda cidade
Eu vi, vim avisar pois to aqui só de passagem