Zudizilla
Universo em Colapso
Letra de "Universo em Colapso" com Daime & Zudizilla
[Verso 1: Daime]
Rap do tipo clássico, no asfalto áspero
Que gruda em baixo dos pés, ao redor, prédio e uma pá de stress
E tudo que acontece é fragmento da rotina
Entre as bençãos e os lamentos é que eu tento escrever em cima
Onde ultrapasso o tempo, racionando e escrevendo
E eu escrevo o que to vivendo, absorvendo e vendo
Crendo que o caos da babilônia não seja só utopia
Somos brasil-colônia até os próximos dias
Onde o descaso é apenas parte de um plano supremo
Onde a escravidão humana enriquece um governo
E pra ser franco, não há cura pra um mundo enfermo
Televisão e propaganda ditam condições e termos
Pois meu universo vive em colapso
E se não fosse dessa forma, explodiria em um lapso
Em um lápis só, um caderno só, uma base e só
Isso é pelo respeito, nunca foi pra ser o melhor
[Verso 2: Zudizilla]
Expresso meu amor pelas linhas
Transcorro nas rimas um pedido de socorro em vão
Apenas eu ouço as frustrações fantasiadas de flow ou de som
E as batidas que dão chão pra eu voar, nesse mar, senti dor
Ao que minha vista busca quando eu fecho os olhos
Ao que meu peito busca quando eu toco tua mão
[?] rogo por melhores dias
Invoco em volta os de bom coração
Anoto em bloco minhas intenções e sigo meu caminho
Se sozinho for a solução pra elevar o espírito
Eu advirto pros que ficarão que esse é o sacrifício
Do ego em prol da causa e da razão
E no mais, sigo no memo chão que enterraram a razão
[Verso 3: Daime]
Vou que vou, de sol a sol
De mão em mão, trampando em prol
E eu que não, tenho a ambição
De tudo em mãos e nada em mente
Frente a todas lutas, minha causa é a sua
Pisamos na mesma rua, o foda é que ninguém se escuta
Em nome de ordem e justiça, a intolerância é propícia
Senso crítico não basta nesse enquadro da polícia
As notícias que se passam só nos trazem o mau presságio
De analisar o quanto essa vida é frágil
Naufrágio das embarcações, destruam as marcações
Das terras e plantações, queimem todas as mansões
Intuições revelam, o novo ciclo se aproxima
Mas o acesso a essa porta é bem mais foda em uma doutrina
Que nos prende ao previsível, não entende o invisível
E apenas isso torna essa compreensão possível
Na margem do indivísivel, somos células do mesmo ser
Só que eles nem querem saber, eles não querem saber
[Verso 4: Zudizilla]
É se entender pra transcender
De si saber, pra responder os porque
Sem se esconder por não querer ser igual nem ter
Compreender pra não se ver na mira do que vai escrever
E refletir pra não servir de exemplo ao próprio julgamento
Silêncio é prêmio, asfalto, poste, é o ambiente
Ferve, quente e sem lei, leões e vermes
Mentes que não vão além, crentes que o que eles recebem
Em grana prova que tá certo todo mal que exerce
Daqui do CEP, é o sul nos rap, nublado igual céu cinza
Tentando manter a levada e a vida
Lutando pra não explodir em casa
Já que Black Alien fala pra aguardar a segunda vinda...