Gal Costa
Folhetim
Se acaso me quiseres
Sou dessas mulheres que só dizem sim
Por uma coisa à toa, uma noitada boa
Um cinema, um botequim

E se tiveres renda
Aceito uma prenda, qualquer coisa assim
Como uma pedra falsa, um sonho de valsa
Ou um corte de cetim

E eu te farei as vontades
Direi meias verdades sempre à meia luz
E te farei, vaidoso, supor
Que és o maior e que me possuis

Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte, te afasta de mim
Pois já não vales nada, és página virada
Descartada do meu folhetim